A visão da Antroposofia sobre a Jornada Humana
Entendimento das biografias
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A vida humana é uma jornada repleta de experiências, desafios e crescimento pessoal. Compreender a complexidade e o significado por trás de cada biografia é algo fascinante que ultrapassa a nossa visão materialista convencional.
A antroposofia entende a vida como uma oportunidade para o crescimento espiritual e desenvolvimento da individualidade. Os desafios encontrados ao longo desse caminho são considerados oportunidades para aprender lições importantes e, assim, superarmos nossas limitações.
A jornada pessoal é vista como uma busca constante pela evolução e integração da dimensão espiritual.
O que são os setênios?
De acordo com a antroposofia, a vida de uma pessoa é dividida em setênios, que consistem em períodos - ciclos - de sete anos, cada um com características e desafios únicos.
Cada setênio oferece oportunidades para crescimento e desenvolvimento em diferentes aspectos da vida, desde a infância até a velhice.
Compreender os setênios pode nos ajudar a identificar os padrões e as tendências na vida de uma pessoa, revelando os momentos de transformação e as lições aprendidas em cada fase.
Conhecendo as fases da vida
Na antroposofia, as fases da vida também podem ser associadas às estações do ano. Nesse contexto, os setênios formam uma tríade biográfica que tem como objetivo o nosso desenvolvimento físico, psicológico e espiritual.
- Primavera - Fase na qual nascemos, crescemos e amadurecemos fisicamente até por volta de 21 anos.
- Verão - Quando atingimos o máximo da vitalidade e tamanho, que seria dos 21 aos 42 anos.
- Outono - Quando os frutos amadurecem, as cores se modificam e observamos o declínio de nossas forças por volta dos 42 aos 63 anos.
- Inverno - Quando o corpo físico perde força e vitalidade, e o espiritual vai ficando livre como as sementes que caem no chão para uma nova primavera.
Lançando um olhar mais profundo sobre o nosso verão biográfico, temos aspectos bem importantes dos 28 aos 35 anos, correspondente ao quinto setênio. É a fase de integração entre a razão e o coração.
Esta também é uma fase organizacional, de assumir responsabilidades, fazer planos profissionais, de carreira e de toda a vida futura. Há um momento especial neste setênio, dos 30 aos 33 anos, quando acontece a vivência crística de aproximação com o nosso lado espiritual. Em seguida, vem a fase mais materialista, em que a morte e a ressurreição podem ser vivências da alma que trazem uma verdadeira travessia de limiar.
É importante também não se perder nas exigências externas da vida, estabelecendo equilíbrio entre as biografias interna e externa. Devemos trabalhar o equilíbrio das nossas três forças anímicas: o pensar, o sentir e o querer. Sugerem-se momentos de calma, observação interna e exercícios meditativos, como os propostos por Rudolf Steiner, que chamamos de “exercícios colaterais”.
Na fase dos 35 aos 42 anos, correspondente ao sexto setênio, observamos o início do declínio físico, que pouco a pouco traz consigo a ampliação da nossa consciência. Também é uma época de maior interiorização, com o aparecimento de sentimentos de solidão e isolamento, e também um grande mergulho na busca da essência das coisas e das pessoas.
É normal que muitas perguntas surjam enquanto estamos percorrendo nosso caminho de autodesenvolvimento. “Quem sou eu?” “Quais são as minhas potencialidades, meus valores e limites?” Aparece aqui a chamada crise de autenticidade, na qual o indivíduo sente a necessidade de ser autêntico em relação a si mesmo e não viver mais em função dos papéis estabelecidos por outros, além da necessidade de maior liberdade física, psicológica e espiritual.
A necessidade de liberdade espiritual vem ao encontro do acontecimento biográfico que chamamos de “segundo nó lunar”, aos 37 anos, quando o ser humano fica mais próximo do plano espiritual e de si mesmo, quando a sua missão de vida torna-se mais clara. No entanto, surge também o desafio de colocar essas intenções perante os outros, além do empenho nos anos seguintes para realizar essa missão.
A chegada aos 42 anos também representa uma nova crise, em continuidade com a iniciada no segundo nó lunar. Estamos entrando na fase espiritual da vida e é aqui que nos tornamos verdadeiramente adultos e conquistamos uma nova visão da paisagem, como que do alto de uma montanha. A pergunta deste momento é: como encontrar um novo patamar e encarar as outras dimensões da vida?
Todos nós passamos por essas fases e elas podem ser bastante desafiadoras em vários momentos, mas a dica é: permita-se vivê-las! Afinal, é através das crises que crescemos, amadurecemos e renascemos. E é com essa maturidade emocional e espiritual que chegaremos em nosso inverno biográfico.
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Fontes de consulta
- Material interno, em áudio, produzido pela Weleda, disponível em [inserir link]
- Noções Básicas de Antropologia - Instituto Rudonf Steiner http://institutorudolfsteiner.org.br/wp-content/uploads/2016/07/nocoes_basicas_de_antroposofia.pdf
- Os setênios - Rudolf Lanz, Escola Waldorf fhttps://rudolflanz.com.br/setenios/
- O desenvolvimento humano na Pedagogia Waldorf: conhecendo o primeiro setênio - https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/34253/1/DesenvolvimentoHumanoPedagogia.pdf
- Estações do ano como Ciclos da Vida na Biografia https://www.robertahenriette.com/post/esta%C3%A7%C3%B5es-do-ano-como-ciclos-de-vida-na-biografia
Imagens todas Getty Imagens